Como financiar um imóvel – parte 2 – A busca e o corretor de imóveis

Bora pra segunda parte das etapas para financiar uma casa ou apê novos?

Depois de saber quanto de bala você tem na agulha (como falei aqui), o segundo passo é enfim começar a procurar o tão sonhado lar novo. Nessa hora amigos, muita atenção! Corretores podem ser um pé no saco mas também podem agilizar o processo.

O primeiro passo para ter paz na vida durante a procura, é comprar um chip novo de celular e fazer todas as ligações para pedir informações sobre casas que interessaram por ele. Acreditem em mim! Um corretor desesperado pode tornar sua vida um inferno com ligações inconvenientes a qualquer hora do dia.

Existe a opção de você contratar um corretor para procurar a moradia dos sonhos para você. Isso pode ser bem útil se você tiver a indicação de algum profissional realmente eficiente e de confiança e se não tiver com tempo. Do contrário, procure a casa você mesmo. Assim você foca nas localizações que realmente interessam (alguns corretores adoram fazer você perder tempo vendo uns lugares nada a ver) e ao encontrar o apartamento que agrade, quem irá arcar com os custos do corretor (caso ele exista) é o proprietário e não você. Invariavelmente, ao ligar para pegar informações sobre algum imóvel, o profissional irá perguntar sobre as suas preferências e oferecerá outros imóveis semelhantes cadastrados em seus bancos de dados, ou no da imobiliária.

financiamento

Um bom corretor tem que mostrar para vocês as vantagens e desvantagens do imóvel, se ele falar só coisas boas, desconfie. Se o imóvel não é novinho em folha, tem sempre algo que precisa ser melhorado. E mesmo nos novos é bom ter atenção.

O corretor é responsável também em fazer o contrato de pré-venda – um documento que registra que você deu um sinal definido pelo proprietário e por você em comum acordo, (geralmente, varia entre 1 e 20% do valor total do imóvel) e que a partir daquele momento o proprietário não poderá vender a mais ninguém, do contrário paga uma multa. O mesmo ocorre com você caso desista de comprar o imóvel, após a assinatura do contrato.

Agora a informação mais importante de todas: combine diretamente com o proprietário do imóvel o pagamento do sinal. De preferência, faça o depósito já na conta do dono. Nunca, jamais, em hipótese alguma, pague por intermédio do corretor por mais amigável que ele pareça. A quantidade de pessoas que tiveram problema nessa etapa da compra com alguns corretores de má fé é enorme!

Mas existem profissionais do bem. Esses vão agilizar toda a papelada do imóvel, o que é algo realmente bom já que são muitos certificados e documentos do imóvel que os proprietários devem providenciar para o banco autorizar o financiamento. Se os donos se enrolarem, todo o processo atrasa. Se o corretor for massa, vai correr com tudo e, dessa forma, você conseguirá financiar a sua casita bem mais rápido.

No próximo post, falarei do que é preciso prestar atenção antes de fechar o negócio.;)

Quem perdeu a primeira parte da série de posts sobre como financiar um imóvel clica aqui!

Como financiar um imóvel – parte 1 – Por onde começar?

Faz tempo que ensaio esse post. Mês que vem faz um ano que “compramos” o apê. “Compramos” entre aspas porque na verdade foi um financiamento de longos 35 anos. Vale a pena?! Ô se vale! Nada compensa mais do que se livrar da sensação de dinheiro perdido mensalmente que só quem vive de aluguel sabe o que é!

Hoje recomendo “de com força” a todos que ainda não tem um cantinho para chamar de seu. Vá atrás! Financiar um imóvel é mais possível do que você imagina.

Mas por onde começar?

Errou quem disse que o primeiro passo é procurar a casa dos sonhos. Não, não é. Fazer isso primeiro só vai gerar ansiedade e possivelmente algumas frustrações.

Antes de qualquer coisa estime o custo médio de um imóvel do tamanho e na região que você deseja. Vale comprar o jornal de domingo ou pesquisar na internet para ter uma noção.

Depois de ter um valor médio, você precisa descobrir o quanto você pode financiar. Para fazer isso, some a renda mensal da sua família. Vale colocar na conta todo tipo de renda que é regular e frequente. Mesmo que você seja um profissional freelancer, sem emprego fixo.

Com esses dados na mão vá ao seu banco. Converse com o gerente e descubra quanto é possível financiar com essa renda. Geralmente os bancos só deixam você comprometer no máximo 30% da sua renda por mês para pagar as parcelas do financiamento.

financiamento de imoveis

Se você for uma pessoa ansiosa e sem tempo, pode simular o financiamento online. Vários bancos tem essa ferramenta nos sites. Eu ensaiei muito no site da Caixa antes de me decidir. Mas legal mesmo é ir no seu banco, porque o gerente vai fazer um cálculo específico para você e tirar todas as suas dúvidas.

Depois do cálculo você vai descobrir quanto precisará dar de entrada e se com a sua renda você poderá financiar o apartamento ou casa que você escolheu inicialmente.

E se a minha renda não for suficiente?

Nesse caso você tem duas opções: procurar um imóvel do tamanho e em um bairro que você possa pagar, ou adiar os planos do financiamento para economizar mais dinheiro para a entrada.

Em qualquer uma das opções o resultado é você na sua casa própria mesmo que demore um pouco mais de tempo. Não desanime vá atrás que esse é um sonho possível!

No próximo post da série, vou contar o que é importante na hora da busca do imóvel! ;)

A conversa entre o lustre e o sofá

Para mim a decoração tem que ser afetiva. Não importa se a mesa é velha ou se o bibelô é considerado brega. Se esses objetos têm história ou alguma relação sentimental com os moradores, eles têm razão para existir!

E eu acho lindo quando me dou conta que isso vem de família, que minha avó e minha mãe pensam do mesmo jeito.

Após a partida do meu avô, vovó se mudou da casa grande em que morava desde o seu casamento para um apartamento menor. Com a mudança alguns móveis que a acompanhava desde a época de recém-casada ganharam um novo lar.

Minha mãe, que estava montando uma casa de campo nova na época, herdou o jogo de sofá e o lustre que antes moravam na “sala de visitas” dos meus avós. O sofá ganhou um estofado novo, e o lustre, um lugar de destaque na sala nova.

A seguinte carta foi escrita pela minha avó e entregue para minha mãe junto com os objetos.

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Campina Grande, junho de 2011.

– Ei, você aí em cima! Está nos desconhecendo?

– Que nada! Apesar da roupa nova, do banho de loja, continuam os mesmos.

– Ficamos felizes de lhe encontrar, pensamos que seríamos relegados ao fundo de uma velha marcenaria, ruídos de ratos ou em alguma tapera! De que valeriam nossas lembranças? Com você podemos recordar.

– Ah! Que bom podermos conversar sobre os anos que passamos juntos, vendo crescer as crianças, festejando seus aniversários, vendo seus namoros, trocando afetos…

– Eu participei bem mais, afinal, era em mim que se aconchegavam. Fui quem primeiro ouvi suas juras, seus beijos furtados.

– Vocês lembram as crianças (hoje senhoras)? Eu recordo os mais velhos que conheci jovens ainda. Ele aquela aparente austeridade, aquele coração largo. Ela modesta, medrosa com a primeira filha nos braços, hesitante, temendo errar nas investidas da vida…

– Mas eu fui quem levei o primeiro xixi de todas três, pois você lembra, vieram “quase” todas juntas. Belos tempos!

– … E as visitas! Havia delas cerimoniosas, outras fofoqueiras. Todas bem-vindas, sempre amigas. Aqui em cima, às vezes, nem ouvia as conversas. Tinha uma curiosidade!

– As festas de 15 anos, formaturas, casamentos, participamos de todas. Os festejos de Natal! Como eram bons, as orações, as trocas de presentes, os enfeites… Tudo era festa, confraternização, alegria, união. Também a desordem geral quando a festa acabava!

– Nos sentíamos inigualáveis. Ninguém (ou melhor, poucos como nós) partilhavam de encontros tão agradáveis de fé, amizade, fraternidade. Uma riqueza do céu!

Fomos e somos felizes! Afinal, partilhamos a vida de uma família igualmente feliz. Dei meu colo a todos eles, abracei-os a meu modo, com afeto e carinho. Xixi de netos eu levei também!

– A meu modo também iluminei-lhes a vida. Foi recíproco, eles iluminaram a minha. Não ficamos abandonados. Juntos temos outra “saga” para cumprir. Bem-vindos a esta nova casa com alegria.

– Bem-vindos, sim! A vida continua.

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