Eu tenho uma certa resistência a coisas embutidas. Entendo todas as vantagens: a casa ganha mais espaço, os objetos ficam mais arrumados, o móvel em questão fica bem mais resistente que um similar não-embutido. Mas uma grande desvantagem sempre me vem à mente: uma vez colocado, você nunca mais vai poder remaginar as posições dos móveis do cômodo.
Dito isso, quando Mirella me propôs fazermos uma grande estante embutida para guardarmos nossos discos, nossos livros e nada mais; eu concordei. Afinal, seria uma experiência interessante. E havia o fato do novo apartamento ser nosso e por isso podermos mexer nele no que quisermos. Mas também pensei no meu receio e na possibilidade de ficar chateado se o móvel não ficasse direito e me arrependesse depois.
Desenhamos o móvel, todo bonito, baseado em desenhos de outras estantes que gostamos. Pensamos em todos os usos que ele teria, nos tamanhos dos objetos que tínhamos e que viria a ter. Pronto, decidido. Chamamos o marceneiro, ele fez tudo rápido e direito. Mas logo que ficou pronto, enquanto Mirella saltitava de felicidade, uma primeira decepção saltou de cara para mim: os nichos, todos de mesmo tamanho, não cabiam discos de vinil. E pretendo recomeçar uma coleção de vinis em breve, depois que comprar um toca-discos novo. Foi um erro de cálculo que passou batido no planejamento.
Não é nada muuuito grave e já tenho uns planos B em mente, que terão que ser discutidos com a patroa – algo que, imagino, deverá render alguns conflitos e, por tabela, mais uns posts meus nessa seara. Mas enfim. Eu ainda gosto da minha estante embutida, mas ela infelizmente me provou que embutidos são meio que um pacto com o demo. Em dando certo, são bem legais, mas pense e repense bastante as aplicações presentes e futuras que o móvel trará para a sua casa, porque desfazer depois de feito vai ser um problema daqueles.