Sobre apego, lembranças e deixar os móveis partir

Dora está crescendo. Ela já corre, conversa, dança e canta pela casa toda. Minha bebê não é mais uma bebê. E isso às vezes dói.

Lógico que eu amo ver ela crescendo saudável e virando uma menininha esperta e curiosa. Mas diariamente estou sofrendo de uma angústia danada por estar me dando conta que já não posso proteger minha pequena nos braços como antes.

Vocês vão rir de mim, mas essa crise toda foi porque essa semana vendemos a poltrona de amamentação dela. Nessa poltrona passei os primeiros momentos mais difíceis e também os mais lindos com a minha filha. Foi nela que chorei por muitos dias quando me dei conta que meu leite nunca “desceria” e foi nela que, mesmo assim, decidi que continuaria oferecendo o peito para ela enquanto ela quisesse.  Foi nessa poltrona que trocamos os primeiros olhares, carinhos e afetos. Ouso até dizer que foi nela que nos tornamos mais mãe e mais filha.

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E sendo assim, deixar a poltrona ir embora, por incrível que pareça foi uma decisão que nos doeu muito.  Mas aconteceu. Agora temos mais espaço para que o quarto de bebê vire um quarto de criança.

Achei muito surreal a avalanche de sentimentos que um móvel nos causou. Não gostei de sentir isso e o objetivo de agora em diante é tentar ter menos apego às coisas dela. Vamos ver. Ainda falta ir embora o berço (ai, meu coração).