Como começar a organizar a casa para começar 2017 com mais espaço

Começou 2017 e, como sempre, eu estou cheia de planos. Um dos principais é organizar de uma vez o meu lar. Moro em um apartamento pequeno e é impossível manter o bendido arrumado, já que tenho coisas demais para espaço de menos. Por isso a primeira atividade do ano será me desfazer de um monte de coisa que entulha a casa e que não me serve mais.

Se você também está nessa vibe da arrumação, se liga nessa lista com 18 objetos para dar um fim em janeiro. Não são muitos, vai! Dá pra focar em uma coisa por dia e no final do mês você terá um lar menos entulhado. O que será um ótimo incentivo para organizar outras coisas em casa.

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1. Produtos de beleza e maquiagens fora de validade ou que você raramente usa
2. Telefones celulares antigos e cabos de produtos que você nem tem mais
3. Remédios vencidos
4. Presentes que você ganhou mas não gostou ou nunca usou
5. Caixas vazias e embalagens de presente velhas
6. Canetas e lápis de propaganda ou em excesso
7. Roupas, bolsas e cintos que você raramente usa
8. Potes plásticos da cozinha (você certamente não precisa de todos!)
9. Livros da faculdade ou de ficção que você já leu
10. Produtos vencidos na despensa
11. Bijuterias e acessórios de cabelo que você não usa
12. Cartões de visita (salve os contatos no celular)
13. Descartáveis que sobraram das últimas festas
14. Revistas antigas (dei uma solução boa para elas aqui)
15. Pano de prato, pano de chão, toalhas e lençóis velhos
16. Produtos quebrados há mais de 6 meses e que ainda não foram consertados
17. Copos e pratos avulsos (aqueles últimos que não quebraram no conjunto)
18. Restos de tinta que sobraram na lata depois da pintura da parede

Depois de se livrar disso tudo, certamente você vai ganhar mais espaço para colocar as coisas em ordem. E é bem provável que o bichinho do desapego lhe morda e você aproveite para dar um fim a outros objetos sem uso em casa!

Sobre apego, lembranças e deixar os móveis partir

Dora está crescendo. Ela já corre, conversa, dança e canta pela casa toda. Minha bebê não é mais uma bebê. E isso às vezes dói.

Lógico que eu amo ver ela crescendo saudável e virando uma menininha esperta e curiosa. Mas diariamente estou sofrendo de uma angústia danada por estar me dando conta que já não posso proteger minha pequena nos braços como antes.

Vocês vão rir de mim, mas essa crise toda foi porque essa semana vendemos a poltrona de amamentação dela. Nessa poltrona passei os primeiros momentos mais difíceis e também os mais lindos com a minha filha. Foi nela que chorei por muitos dias quando me dei conta que meu leite nunca “desceria” e foi nela que, mesmo assim, decidi que continuaria oferecendo o peito para ela enquanto ela quisesse.  Foi nessa poltrona que trocamos os primeiros olhares, carinhos e afetos. Ouso até dizer que foi nela que nos tornamos mais mãe e mais filha.

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E sendo assim, deixar a poltrona ir embora, por incrível que pareça foi uma decisão que nos doeu muito.  Mas aconteceu. Agora temos mais espaço para que o quarto de bebê vire um quarto de criança.

Achei muito surreal a avalanche de sentimentos que um móvel nos causou. Não gostei de sentir isso e o objetivo de agora em diante é tentar ter menos apego às coisas dela. Vamos ver. Ainda falta ir embora o berço (ai, meu coração).

Pelo desapego e por uma vida mais simples

Imagine você, no alto dos seus bem sucedidos 84 anos, ter a sua casa destruída por um incêndio. Nela, móveis queridos, obras de arte valiosissimas, registros e fotos de toda uma vida. Tudo destruído pelo fogo em poucos minutos.

Foi isso que aconteceu com o marchand Jean Boghici há poucas semanas no Rio de Janeiro. Saiu em todos os jornais e portais da Web. O valor da perda de parte do acervo de Boghici, que incluía obras de Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, era incalculável.

E por que eu estou comentando essa história aqui? Porque esse senhorzinho, no meio do burburinho todo que a mídia fazia sobre o prejuízo cultural e material que o incêndio causou, em sua primeira declaração falou o seguinte:

“Não quero saber de quadro. Meu gato morreu. Isso é o que me dói. Estou muito traumatizado por causa da perda da Pretinha, que dormia ao meu lado.”

Fiquei com essa declaração na cabeça durante dias. Não quero entrar na discussão sobre o valor da perda cultural para a nação versus a perda pessoal do marchand. Não é disso que esse texto trata.

O que me chamou atenção é que na “hora do vamos ver”, do “pega pra capar”, pouco importa se o que você tem em casa vale dez centavos ou dez milhões. Pretinha tinha um lugar que obra-prima nenhuma conquistou na vida desse homem.

E parando para analisar, dadas às devidas proporções, com todo mundo acontece a mesma coisa: enchemos a casa de “Tarsilas” e “Di Cavalcantis” que passamos uma vida trabalhando para conquistar (“tudo dividido em pequenas prestações”). As nossas “obras” ficam lá: deixando a vida aparentemente mais “confortável” e encantando as visitas que entram em nosso lar. Raramente paramos para pensar no tempo e energia que gastamos para conquistar essas coisas. E se realmente isso vale a pena, já que o tempo é a coisa mais valiosa que temos.

Arrumando tudo que tenho em casa para a minha mudança em breve, adotei a seguinte pergunta antes de colocar as coisas na caixa: eu preciso realmente disso?

Vocês não imaginam como tem sido libertador descobrir que preciso de muito menos do que imaginava. O resultado disso é que hoje estou pensando duas vezes antes de comprar qualquer coisa. Consumindo mais conscientemente sobra um pouco mais de dinheiro e tempo para as coisas não materiais que realmente me fazem feliz e estou conseguindo a leveza que preciso para seguir em frente.