O que é um Fab Lab?

Imagine um lugar equipado com ferramentas incríveis disponíveis para você executar  todas as ideias mirabolantes que habitam nessa sua cabeça criativa. Agora pense como seria instigante e proveitoso para todo mundo compartilhar esse espaço e estimular outras pessoas a tirarem a ideia do papel também. Foi o que fez o professor Neil Gershenfeld, diretor do Centre of Bits and Atoms da instituição da MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

Em 2001, ele criou um projeto chamado “How To Make (almost) Everything” (Como fazer quase de tudo) onde os seus alunos usavam diversas ferramentas de fabricação digital para produzir suas próprias invenções. Essa foi a sementinha do que hoje chamamos de Fab Lab, uma rede mundial de laboratórios de fomento à criatividade. Já existem mais de 1100 no mundo todo, e 41 deles estão aqui no Brasil. (OBA! \o/)

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Em um Fab Lab público, você pode receber assistência operacional, educacional, técnica e logística para criar o que quiser gratuitamente. Além disso, poderá manejar –devidamente orientado, claro– um monte de equipamentos que lhe ajudarão a pôr suas ideias em prática. Geralmente, nesses laboratórios é possível encontrar impressoras 3D, cortadoras a laser, programas de desenho digital, equipamentos de eletrônica e robótica e ferramentas de marcenaria e mecânica e em alguns máquinas de costura.

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Aqui em São Paulo tive experiências incríveis nos Fab Labs que têm parceria com a prefeitura e o Instituto de Tecnologia Social. Os espaços são abertos para a população em alguns horários e os profissionais envolvidos são super capacitados para ensinarem o manejo de todas as máquinas. Participei das oficinas de impressão 3D e de Marcenaria e amei as duas! Para fazer os cursos, é preciso se inscrever pelo site. As vagas se esgotam rápido mas não é impossível de conseguir. A dica é entre perto do final do mês que é quando abrem as inscrições do mês seguinte.

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Em um Fab Lab privado o serviço é similiar, porém é preciso pagar para usar o laboratório e para fazer as oficinas.

No site oficial da iniciativa Fab Lab você encontra a lista completa de todos os Fab Labs do Brasil e encontra mais detalhes sobre a proposta.

Vamos ser makers nessa vida, minha gente!

Fotos: CTI e Portal Aprendiz

 

O “Faça Você Mesmo” e o longo caminho que temos pela frente!

O Faça Você Mesmo nunca esteve tão na moda. O que mais se vê por aí são tutoriais ensinando como pôr a mão na massa para transformar a casa (sim, esse blog por exemplo), o visual e a vida.

Tem também o Movimento Maker, o nome dado ao boom de projetos Faça Você Mesmo na área de tecnologia e design. De repente, parece que todo mundo se deu conta que fazer as coisas com as próprias mãos é bacana. E isso é ótimo.

 

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O problema é que quando a pessoa enfim resolve fazer o projeto mara que salvou no Pinterest, descobre que a vida não é tão simples assim.

Ela não encontra fácil aquele tipo de cola, descobre que a ferramenta para fazer aquele trabalho incrível na madeira custa o salário do mês e que o material para fazer aquela mesinha improvisada custa o dobro de comprar o móvel em uma loja bacana. Isso brocha legal o ímpeto criativo de qualquer pessoa.

Aqui no Brasil, as pessoas se acostumaram tanto a contratar outras para fazer as coisas em casa que a minha sensação é que o mercado deixou de lado as ofertas de materiais para quem quer criar com as próprias mãos.

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Sim, existem marcas nacionais incríveis de materiais para “artesanato” mas elas hoje são tão de nicho que praticamente só é possível comprar online. As aspas na palavra artesanato estão aí porque acho que esse termo também atrapalha bastante quem ama o Faça Você Mesmo.

Veja bem, eu posso comprar um daqueles potinhos pequenos de tinta acrílica para pintar só um pedacinho dos pés de uma cadeira da minha casa. Não estou fazendo artesanato. Não é preciso ser artesão para comprar tintas, pincéis, colas especiais e outros materiais. Vamos acabar com esse estereótipo.

Qualquer pessoa pode desejar fazer algum projeto manual em alguma altura da vida. Esse é um mercado massa, que está crescendo (vide a Mega Artesanal que a cada ano está mais lotada) e quem olhar para ele com a devida atenção vai marcar um golaço.

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Sei que em 2017 chega ao Brasil à Zôdio, uma loja do mesmo grupo francês da Leroy Merlin, voltada para o Faça Você Mesmo nas áreas de decoração, manualidades e culinária. Tive oportunidade de conversar com os diretores ano passado e achei a proposta bem legal.

Também fico muito feliz em ver que os Fab Labs estão bombando por aqui! Esses espaços têm máquinas como impressoras 3D, cortadoras à laser, máquinas de costura, equipamento para marcenaria, entre outros maquinários, para uso compartilhado mediante uma pequena taxa. Conheci a proposta do Fab Lab Recife e do Garage Fab Lab aqui em São Paulo, mas já existem vários outros pelo país. E que venham mais!

Se tudo der certo, vamos todos virar “fazedores” e em breve teremos uma seção de Faça Você Mesmo em todos os grandes supermercados e FabLabs em todos os cantos do país. ;) Dedos cruzados!