Olhe ao redor: tudo na sua casa já foi dinheiro ou tempo!

Dia desses li essa afirmação do título na internet e, afrontosa que sou, fiquei achando formas de confrontá-la, rebatê-la. Mas não teve jeito. É verdade. Tudo ao meu redor, em casa, já foi dinheiro ou tempo, ou as duas coisas. E essa constatação foi algo que me pegou de jeito, para o bem e para o mal. Para o bem porque me dei conta da minha sorte e privilégios: “Nossa quanto dinheiro já tive e quanto tempo vivi!” e para o mal porque foi impossível não pensar “será que o dinheiro e o tempo gasto com essas coisas não teria sido melhor aproveitado de outra forma?”.

Tudo na sua casa já foi dinheiro ou tempo. (1)

Eu sou uma pessoa que se diverte fazendo compras. Sinto alegria em poder levar pra casa uma coisa que me encantou em um passeio ou em uma loja. Adoro chegar em casa abrir o pacote e ver minhas aquisições, acho uma delícia comprar um mimo novo pra minha filha e pra minha casa.

Só que mais do que isso eu gosto de ter tranquilidade, de ter as contas fixas pagas, de não me preocupar se vou ter dinheiro quando aparece um imprevisto, de ter dinheiro pra um passeio legal nas férias. E as duas coisas, fazer muitas compras e ter sempre algum dinheiro, dificilmente são compatíveis para a classe trabalhadora.

Pra colocar as contas em dia, repensar os gastos e rever o que possuo, resolvi fazer um período sem compras aqui em casa. Para organizar, determinei algumas regras que compartilho aqui com vocês.

mês sem compras

Daqui um mês volto aqui e edito esse post contando como foi o desafio! ;)

Como ter uma vida mais simples – Minha experiência

O post contando como estamos fazendo aqui em casa para economizar teve tantas respostas positivas que resolvi compartilhar outros hábitos que temos para viver uma vida mais simples. Quando eu falo simples, estou falando de uma vida sem excessos e valorizando o que é essencial. Tem relação com a quantidade de dinheiro, mas também tem muito a ver com escolhas.

Minha renda sempre foi irregular desde que comecei minha vida profissional. Na maior parte do tempo, fui profissional freelancer e tanto fazia eu ganhar bem direitinho em um mês, como passar outros três sem ver nenhum sinal de dinheiro. O lado bom dessa minha experiência é que, economicamente falando, sou bem treinada para poupar o máximo possível. Outro hábito que veio com essa minha vida de freela é o valor que dou ao meu tempo livre. Consigo, sim, trabalhar dentro de um escritório, oito ou mais horas por dia. Porém, não posso negar que ser dona do meu dia, como sou atualmente, é algo muito prazeroso. E que atualmente, com a idade que Dora está, virou prioridade.

Por tudo isso, ter um estilo de vida mais simples se tornou necessário pra gente. Ter uma vida sem excessos no dia a dia, para ter mais tempo de fazer as coisas que realmente nos importa. Se vai ser assim para sempre, eu não sei. Mas tem funcionado até o momento.

insta-01

Fazendo escolhas e as assumindo

Se existe uma verdade nesse mundo é essa de que não podemos ter/fazer tudo. Não podemos mesmo. Somos humanos e não damos conta. É fato! Se o foco é a carreira e você precisa trabalhar 12 horas por dia para chegar onde quer, é certo que algo será deixado de lado. Pode ser sua vida amorosa ou sua saúde, por exemplo. O mesmo acontece se o foco do momento é cuidar de um bebê. Não adianta. É preciso escolher.

Vou lhe dizer uma coisa que aconteceu aqui: depois que você assume as suas escolhas, a vida fica mais fácil e leve. Isso acontece porque você entende que não será 100% nas outras coisas que não são suas prioridades e tudo bem, porque foi uma escolha. E isso se aplica a tudo, inclusive às coisas do dia a dia. Por exemplo, se hoje eu defini que o dia seria para responder e-mails e enviar propostas de trabalho, não dará tempo de fazer almoço, arrumar a casa e Dora provavelmente terá que ver um pouco de televisão. E tudo bem! Se a gente decidiu que trocar a geladeira é a prioridade do mês, não vamos naquele restaurante que estávamos a fim no final de semana porque temos um objetivo maior e tudo bem também. E assim por diante! Defina suas prioridades, faça e assuma as suas escolhas e tenha uma vida com mais paz. Eu garanto que funciona!


Fazendo das mudanças algo divertido

Quando a gente pensa em vida simples, logo associa a menos dinheiro. Geralmente tem a ver, sim. Mas como falei no início do texto, não é só isso. Acho que também tem relação com o descomplicar. Mas ter uma vida mais simples (e barata) não significa menos conforto e diversão. Isso depende muito de como a gente encara as mudanças. Quer um exemplo: quando eu trabalhava fora, optava por ir de ônibus pra economizar combustível e estacionamento em alguns dias na semana. Dessa forma, economizava mais de 60 reais. Nos dias em que eu pegava ônibus aproveitava para dar uma volta pela Paulista (região difícil e cara de estacionar aqui em São Paulo) e até rolava de tomar uma cervejinha depois do trabalho, às vezes, já que eu não estava dirigindo. Não era um peso, tinha suas vantagens! Acho que algo parecido também pode acontecer quando você decide comer menos fora, por exemplo. Se você encarar a mudança como uma oportunidade de testar aquelas receitas incríveis que viu na internet a coisa muda de figura! Encontre as vantagens do novo estilo de vida e foque nelas.


Diminuindo as opções

Isso pode parecer uma coisa ruim, mas não é. Quando eu falo em diminuir as opções, estou querendo dizer em manter apenas o que é essencial. Por exemplo, já pensou em como você se arrumaria bem mais rápido se tivesse no armário apenas as roupas que realmente usa? Como a maquiagem seria mais prática se no necessaire tivesse apenas os itens que você costuma passar? E a limpeza da casa? Já imaginou como seria bem mais fácil a faxina se você não tivesse tanta coisa? É disso que eu estou falando. Praticidade resulta em tempo livre, e se você leu o post sobre economia sabe que tempo livre significa menos dinheiro gasto e mais vida para ser vivida.